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Mostrando postagens de fevereiro 8, 2009

A valsa, de Casimiro de Abreu

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Tu ontem na dança que cansa voavas c’o as faces em rosas formosas de vivo, lascivo carmim. Na valsa tão falsa, corrias, fugias, ardente, contente, tranqüila, serena, sem pena de mim! Quem dera que sintas ardores de amores que, louco, senti! Quem dera que sintas!... - Não negues, não mintas... - Eu vi... Valsavas... - Teus belos cabelos, já soltos, revoltosos, saltavam, voavam, brincavam no colo que é meu. E os olhos escuros tão puros, os olhos perjuros volvias, tremias, sorrias... Que encanto viveu! Meu Deus! Eras bela donzela valsando, sorrindo, fugindo qual silfo risonho que em sonho nos vem. E esse sorriso tão liso que tinhas nos lábios de rosa formosa, tu davas, mandavas... - Meu bem!... Calado, sorrindo, mesquinho em zelos ardendo, eu vi-te correndo tão mansa na valsa veloz! Sonhando, vi tudo, mas mudo, não tive, nas galas das salas, nem cantos, nem prantos, nem voz. Na valsa cansaste; ficaste prostrada. Turbada, pensavas, cismavas... E estavas tão cálida, então. Qual pálida rosa